quinta-feira, 8 de março de 2012

A desforra

A desforra? Credo, que raio de palavra mais feia! Mas pronto é o que me ocorre. E hoje tou, tou?? tou não, estou, ...bem continuando, assim. Melhor, começando. Se não ninguém se entende. Estou assim, assim? Mas assim como? Assim, meio tola a escrever o que me vem à tola. Hoje de manhã à entrada do parque de estacionamento do Oeiras Parque, vá-se lá saber porquê , travei, possivelmente porque poderia vir alguma carro do lado esquerdo, ou talvez o meu cérebro tenha bloqueado momentaneamente, vá-se lá saber. Imediatamente sou buzinada por uma senhora ao volante de um poderoso Smart. Apanhei cá um susto, inconscientemente travei novamente. A senhora não aguentou e insistiu em mostrar-me que tinha umas goelas e  que sabia gesticular muito bem, ou melhor que nem uma tola e que o carro dela tinha aquela potente buzina. Não é tarde nem é cedo, é que é mesmo agora, pensei eu. Vou já deixar aqui as minhas amarguras com esta senhora que ela parece-me ter arcaboiço para as abraçar. Ela insistia em ultrapassar-me pela direita, mas claro que não me foi difícil trancá-la ali para a presentear. É que estava mesmo a pedi-las. Abri a porta e delicadamente disse-lhe: não tenha pressa minha senhora é que ainda pode apanhar por aí algum cancro e olhe depois pode ficar assim como eu, meio bloqueada do cérebro e pior (e tirei o lenço da cabeça) sem cabelo. Mas eu vou-me desviar e a senhora passa, mas depois não diga que não a avisei. Nem sei se ela me respondeu, mas também não estava minimamente interessada, desviei-me e fiz questão que ela passasse. Não é que me senti mais leve? Por falar em leveza, a minha carteira também está mais leve. Mas pelo menos posso adiar as consultas psiquiátricas por mais uns tempos, sim porque já andava  a ponderar essa possibilidade. Os que vivem ali no roupeiro e na sapateira é que vão ficar mais apertadinhos, mas cá em casa, há sempre espaço para mais um, um ou dois. E pronto, agora é que é, vai mesmo tudo para o raio que o parta, vou dar folga. E com o tudo, refiro-me a isto.  Vou embrenhar-me por esta deliciosa primavera fora, desfrutar cada paladar como se fosse único. Desfrutem também, aproveitem, sintam, cheirem, vivam. Mas vivam intensamente.

2 comentários:

  1. Muito bem feito Paula! O que importa é deitar tudo para fora e desanuviar, seja de que forma for. De resto, resta-nos mesmo aproveitar o resto da vida :). Beijos grandes

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